CASOS DA ESPIRITUALIDADE
Vó Cândida/Cirineia Iolanda Maffei
Naquela noite, havia trabalho mediúnico na Casa Espírita que então frequentava. Corria o final do ano de 1988… Normalmente as comunicações desaparecem de minha memória após alguns dias, mas aquela foi muito especial, pela belíssima lição encerrada em seu pungente contexto… Sempre que me percebo enveredando pelo caminho do julgamento, recordo a história de Marta…
— Ai, meu Deus, o que eu fiz, meu Deus!
O choro e o desespero daquele espírito enchiam nossa sala de reunião, conquanto procurasse manter-me dentro dos parâmetros exigidos de um instrumento mediunicamente educado. Percebendo-lhe o desequilíbrio, os integrantes do grupo concentraram esforços no sentido de colaborar com positivas emissões vibratórias e oração. Com muito cuidado, o doutrinador iniciou o diálogo, sondando a problemática da entidade:
— Estamos aqui para ajudar! Você não gostaria de nos contar o que está acontecendo?
— Eu fiz uma coisa horrível, horrível! Se eu contar, você não vai querer nem conversar comigo…
— Por que não tenta? Vamos lá! Coragem!
— Ah, moço, eu joguei meus três filhinhos no poço! Uma mãe não deveria fazer isto, meu Deus!
— O que aconteceu?
— Nem sei direito… Chovia muito, estava nervosa, pois sempre tive medo de raios e trovões… O pai das crianças não chegava… Que estou dizendo, meu Deus?! Ele foi embora, nunca mais tive notícias dele… Simplesmente sumiu, deixando-me sozinha naquele sítio arrendado… Precisei trabalhar a terra, cuidar das crianças pequenas… Fiquei apavorada, tinha a certeza de que não conseguiria…
Por instantes ela calou, e nosso companheiro esperou pacientemente, sabendo que as vibrações de compreensão e amor de todo o grupo diziam mais do que mil palavras:
— A tempestade fazia um verdadeiro estrago lá fora… Escutei barulho de árvores caindo… O vento abriu uma das janelas… Entrei em pânico… As crianças não paravam de me atormentar, não ficavam quietas um minuto! A conversa e o riso delas me irritavam… E havia a chuva, os trovões, os relâmpagos… De repente, a luz acabou, ficamos na escuridão… Apavorada, procurei uma vela no armário da cozinha, na gaveta da mesa, tateando até achar…
Os gritos de desespero retornaram e o doutrinador procurou acalmá-la com sugestivas palavras, até que ela retomou o ponto em que a narrativa cessara:
— Lembro-me de ter levado a vela e o pires até a sala, para acender. E acendi… Quando clareou, tudo pareceu explodir à minha volta! Eles, eles estavam lá… Iam matar minha família! Mas eu não deixaria! Peguei-os pelo pescoço, um a um, e esganei-os!
— Quem eram “eles”, pode me dizer?
— Não sei direito… “Eles”, os três homens… Ou seriam meus filhos… Não sei! Não sei, meu Deus! Quando dei por mim, estavam mortos… Joguei seus corpos no velho poço, onde ninguém poderá achar… Eu vigio, para que não retirem as tábuas que cobrem a boca… Não saio dali nem para comer, nem para beber…
Soluçando baixinho, ela repetia sem parar:
— Estou tão cansada, meu Deus, tão cansada… Cansada… Cansada… Percebendo intuitivamente a impossibilidade de esperar muito além de um choque anímico, o doutrinador procurou conduzir a entidade desequilibrada emocional e psiquicamente a um estado de confiança total, preparando-a para a indução hipnótica. Ao mesmo tempo, aplicava-lhe passes, cujas energias pouco a pouco iam penetrando naquela organização perispiritual em desalinho, minorando as excruciantes dores que a afligiam.
— Você já está sendo ajudada… Vê os médicos a seu redor? Estão lhe medicando… Nada receie, somos seus amigos, confie em Deus, minha amiga… Ele nunca nos abandona… Pense em uma cama de lençóis brancos, limpinhos… E um cobertor bem quentinho… Percebe como está se sentindo sonolenta? Durma, durma…
Nossa irmã partiu, mergulhada em reparador sono, deixando-nos profundamente impressionados com seu relato, sem entendermos muito bem o que realmente havia ocorrido.Questionávamos se ela voltaria à mesa…
Retornei ao lar com a intrigante sensação de que algo ficara incompleto…
Realmente! Na madrugada da noite em que houvera o intercâmbio espiritual em nossa Casa Espírita, uma equipe bem conhecida, a dos mentores espirituais responsáveis pelos trabalhos mediúnicos ali realizados, efetuaria uma regressão de memória, dando prosseguimento ao processo de ajuda à nossa irmãzinha, que se debatia nas constringentes amarras da culpa. Então, tal recurso terapêutico, levado a efeito no Plano Espiritual, possibilitaria a recordação de fatos traumatizantes do passado, e sua história seria desvelada.
Os galhos da enorme árvore, agitados furiosamente pelo ímpeto do vento, fustigavam as janelas da velha casa de fazenda. A chuva descia dos céus, batendo no telhado com força, penetrando debaixo das enegrecidas telhas, espalhando-se pelo rústico forro de madeira de lei, gotejando no assoalho.
Marta fechou os olhos, tentando rezar, enquanto murmurava:
— Valha-me, minha santa Bárbara! Ai, meu Deus! O mundo está caindo!
Em vão procurava acalmar-se, pensando nos filhos que deveriam estar dormindo nos quartos ao lado. Os danadinhos não tinham medo de tempestade! A seu lado, o esposo dormia, como se nada estivesse acontecendo… Roncava até! Sentiu uma vontade de cutucá-lo, acordando-o. Pelo menos poderia dividir com ele o pavor que sentia de trovões e raios… Controlou-se, pois o pobre levantara muito cedo, por volta das quatro horas da manhã, para ordenhar as vacas e deixar tudo em ordem antes de seguir na direção do campo, onde ficara até escurecer, revolvendo a terra para o plantio de milho.
Lá fora, a tempestade começava a amainar. Aliviada, voltou-se no leito, suspirando:
— A gente casa e pensa que vai viver um sonho de amor… Ninguém nos fala das vacas, das galinhas, dos filhos… E nem das goteiras! O chão vai ficar todo manchado, meu Deus! E eu encerei ontem… Tenho que dormir… Amanhã o dia vai ser cheio… Ainda bem que as crianças não acordaram com esse barulho todo! Vou pegar a Lucinha, assim que ela voltar da escola, para me ajudar com este assoalho… Porcaria, se soubesse que ia chover não tinha passado cera!
Agora a chuva tamborilava no telhado, enchendo o quarto com seu ritmo tranquilizante. Os olhos de Marta foram pesando e ela começou a adormecer…
Um ruído no andar de baixo, como se alguém estivesse andando cautelosamente sobre as tábuas que insistiam em ranger, chamou-lhe a atenção. Será que um dos filhos havia descido para comer alguma coisa? Riu, pois somente poderia ser Carlinhos, o caçula. Bem notara os olhinhos compridos do menino na direção do doce de abóbora que fizera à noitinha, deixando-o esfriar sobre o fogão de lenha. Tivera que repreendê-lo:
— Não, não… Doce quente dá dor de barriga, Carlinhos! Será que não pode esperar até amanhã, menino? Guloso!
Colocou as pernas para fora da cama, procurando os chinelos. O danadinho se entupiria de doce e passaria mal depois… Não seria a primeira vez! Melhor ver…
Descendo as escadas, Marta esfregava os braços desnudos, pois um vento frio invadia a casa… Precisava pedir ao marido que consertasse as venezianas, repondo as tábuas que o tempo havia estragado… Por isso deveria estar ventando daquele jeito!
Tudo estava às escuras. Por que o filho não acendera a luz? Ele tinha medo de escuro…
Acionado, o interruptor revelou a presença dos três homens na sala! Marta gelou… Ladrões… Ao fundo, a frágil janela arrombada, por onde o vento embarafustava, agitando a cortina…
A sequência dos acontecimentos parecia vir até ela como uma filmagem em câmera lenta. O mais alto e forte, de aparência dominadora e má, segurou-a pelos braços, tampando-lhe a boca com uma mão que tresandava a sujeira e bebida, fazendo incisivo gesto para que os demais subissem as escadas e resolvessem a questão. Os dois sequazes relutaram, ensaiando algumas palavras:
— Não foi isso que combinamos, chefe! Vamos simplesmente pegar as coisas e sumir… Estão dormindo, nem perceberão… Podemos amarrar o marido da dona… Não custa… Amarramos ela também!
— Quem manda aqui? Quem?! Tratem de obedecer, seus covardes! E pisem com cuidado, para não acordar ninguém! Já! Andem! Acabem com isso de uma vez!
Desesperada, Marta tentava ouvir algum som advindo do andar de cima… Nada, a não ser o rangido da porta do quarto de casal ao ser cautelosamente aberta… Depois, após alguns minutos, o conhecido ruído da porta do quarto de Carlinhos e Zé Paulo… Mais nada… Agora, o barulho da porta de Lucinha…
Minutos depois, os dois homens desciam os derradeiros degraus ruidosamente, fazendo um gesto de positivo. Então, o homem empurrou-a com violência na direção de uma das poltronas que guarneciam a ampla sala.
— Onde esconderam o dinheiro, moça?! Não adianta mentir… Sei que seu marido retirou do banco! Onde está?
Marta ficou muda. Atordoada, morta de medo, pensava: está falando do dinheiro das sementes… João havia sacado logo após o almoço, no dia anterior… Era para as sementes! Sem ele, não teriam colheita, meu Deus! E ainda precisariam pagar o empréstimo feito no Banco!
— Ah, resolveu dar uma de mudinha… Quer ficar calada, não é? É melhor contar logo, se não quiser ter o mesmo destino dos demais!
Do que ele estaria falando, meu Deus! Que fizera com as crianças?! E com João?!
Um dos ladrões retornava da cozinha com uma garrafa de aguardente nas mãos:
— Olhem só o que achei!
Imediatamente os olhares convergiram para o transparente líquido. Seu algoz dela se esqueceu, arrebanhando das mãos do companheiro a garrafa… Com os dentes, arrancou a rolha, cuspindo-a no chão, virando seu conteúdo na boca.
— Não beba tudo, cara! Também precisamos de um gole!
Aproveitando a distração dos três, Marta criou coragem e disparou na direção da escada, correndo para cima. Um dos homens tentou barrar-lhe a passagem, mas foi impedido pelo chefe, que rindo disse:
— Deixe que veja! Assim fica com mais medo e abre logo o bico!
Os gritos de Marta enchiam a velha casa. Mortos! Esfaqueados sem piedade por aqueles loucos assassinos! Todos, até seu menininho de cinco anos, o meigo Carlinhos! Ah, deveria ter deixado o pobrezinho comer o doce de abóbora! E João, o marido, tão trabalhador… Zéca… Lucinha…
Desceu as escadas transtornada, ensandecida, como se uma força estranha dela se apoderasse, multiplicando suas frágeis energias, partindo para cima dos matadores de sua família!
— A mulher endoidou, Carlão! Segure ela, gente!
Um ruído surdo e sinistro… Carlão havia quebrado o pescoço de Marta com suas fortes mãos…
O dinheiro estava na gaveta da cômoda, no quarto do casal. As poucas jóias de Marta também: um anelzinho de ouro e pedra azul, que ganhara de João quando noivos, uma corrente que fora de sua mãe, um pingentinho de ouro com o dentinho do primeiro filho… Tudo na primeira gaveta, que nem sequer estava chaveada…
Lá fora, a chuva estancara… O relógio antigo, que pertencera ao avô de João, o construtor e primeiro dono daquela casa, preenchia o silêncio com suas onze badaladas… Vinte e três horas…
A velha casa de fazenda estava deserta. Os ladrões haviam-na abandonado minutos atrás e já ultrapassavam a porteira.
Três dias após, a família foi encontrada. A pequena comunidade, durante um bom tempo, alvoroçou-se com o hediondo crime, mas os assassinos jamais foram descobertos…
Na manhã seguinte, acordei com o relato em minha cabeça, ainda que de maneira imprecisa, destituída de detalhes maiores.
Tempos depois, de maneira esporádica, começamos a empregar a regressão em alguns casos da mesa mediúnica. Podíamos sentir a inspiração dos Mentores da Casa por detrás de cada uma delas, conduzindo o doutrinador pelos meandros existenciais dos comunicantes, orientando-o . Os fatos pertenciam ao pretérito, não poderiam ser simplesmente apagados; mas seus intensos conteúdos emocionais, que agrilhoavam os envolvidos em um círculo de reminiscências no presente, seriam trabalhados, fazendo com que encarassem de frente seus medos e angústias, haurindo forças para a superação, perdoando-se e perdoando.
Pesquisando sobre o assunto, encontramos que a regressão de memória espiritual constitui valioso e profundo recurso de desalienação, usado quando demais providências forem insuficientes para remover traumas ocorridos no pretérito, de tamanha intensidade que bloqueiam o encontro da criatura consigo mesma, deixando-a cristalizada em seu sofrimento, impedida de visualizar a causa de atuais acontecimentos dolorosos e arregimentar forças para enfrentar a situação e superá-la. Contribui, desde que adequadamente utilizada por terapeutas qualificados, para a recuperação de Espíritos sofredores da Erraticidade.
Realizadas preferentemente no Plano Espiritual, devido a melhores recursos para sua utilização sem riscos, contam com a participação de médiuns encarnados desdobrados, dela participando os mais adestrados, de maneira a assegurar o equilíbrio e a concentração indispensáveis. Os terapeutas são entidades competentes e de moral elevada, conhecedores dos fatos a serem levantados através de preliminares consultas efetuadas em arquivos do Plano Espiritual ou diretamente retirados das mentes dos envolvidos.
Tais atendimentos podem ser efetuados no plano físico, por equipes mediúnicas bem preparadas, com médiuns doutrinadores experientes e médiuns de incorporação adestrados e seguros, tudo sob a inspiração de seus mentores. Não raro, médium e doutrinador têm prévio acesso às informações a respeito de tais atendimentos, no Plano Espiritual, quando em desdobramento.
Percebemos assim que nada flui ao acaso na Espiritualidade, embora tolamente nos esforcemos em acreditar, vezes sem conta, que somente a boa vontade de servir bastaria…
Certamente a tragédia naquela casa de fazenda tinha suas origens em acontecimentos anteriores. A maneira violenta e repleta de ódio com que o chefe dos ladrões se portara evidenciava a presença de um fator pessoal, em que ele, ainda que inconscientemente, permitira aflorassem velhos e fortes rancores do pretérito, revividos ao deparar com Marta, sua antiga algoz em roupagens carnais diferentes.
O plano inicialmente engendrado pelos criminosos resumia-se em simples furto na calada da noite… Surpreendidos, poderiam muito bem subjugar Marta e levar o dinheiro, pois João dormia profundamente, nem perceberia se o carregassem com o leito junto… Mas incontrolável ira dominou-o, calando a razão, decretando a morte de todos.
O tempo passou… Os personagens da chacina seguiram rumos diversos na espiritualidade…
A lei de causa e efeito paira sobre todos os processos reencarnatórios. Somos responsáveis pelas consequências de nossos atos, ainda que abençoado esquecimento desça sobre a criatura quando reencarna, possibilitando reatar antigos laços, nem sempre afetuosos, com a finalidade de burilar sentimentos, rumo ao Amor incondicional e pleno. Assim, as famílias comumente recebem em seu seio encarnados que guardam consigo profundas marcas do passado, sob novos envoltórios carnais, no papel de filhos, esposos, netos… Vivenciam as redentoras oportunidades de aprendizagem daquela existência como se fosse primeira e única, porém os fatos do pretérito, com sua intensa carga emocional, persistem nos arquivos existenciais.
Ferrenhos inimigos há muitas reencarnações, a Espiritualidade Maior reúne em uma só família aqueles espíritos… João e Marta haviam sido preparados, esclarecidos, aceitando acolher como filhos os três ladrões… Conseguiriam suplantar as mágoas?
No meio do caminho, o esposo sucumbe ao peso das responsabilidades, vencido pela certeza de que aqueles filhos representam para ele um fardo, que não os ama! Desaparece simplesmente, deixando a esposa com toda a carga, fragilizada… Se o companheiro persistisse, talvez as coisas tivessem sido diferentes!
Em noite de tempestade, muito semelhante à do passado, quando o lume da vela iluminou a sala, aquela mulher acessou os arquivos da anterior encarnação, acionando a raiva como mecanismo de defesa. Reagiu de imediato, atacando. Ali estavam os ladrões! Não via os filhos, simples crianças, mas os assassinos de outrora! Se dantes a haviam subjugado, agora podia defender-se…
Após asfixiar os filhos, permaneceu alguns meses na distante solidão do pequeno sítio, consumindo-se em culpa, até que o proprietário, ao vir receber a parte que lhe cabia na colheita, colocou-a para fora, e ela se perdeu no mundo, mais uma andarilha pelas estradas: suja, maltrapilha, desvairada…
Jamais os corpos das crianças foram encontrados… Mas, ao desencarnar, ela volveu ao local do crime, entregue à incessante e ingrata tarefa de vigiar o poço…
Décadas de sofrimentos depois, quando finalmente se voltou para o Criador, acreditando em sua misericórdia, fora encaminhada a uma Casa Espírita por bondosas entidades socorristas, onde um médium de incorporação lhe absorveria muito da energia deletéria, possibilitando a continuidade do tratamento, em melhores condições, no Plano Espiritual.
Que diria a sociedade do crime praticado por aquela mãe contra os filhinhos? O maior tinha somente nove anos…
Costumamos medir a conduta do outro com recursos nem sempre próprios de ética, justiça e dignidade. Ocultamos nossas imperfeições morais, todavia as identificamos no outro, pois são muito semelhantes às nossas.
Julgamos… Transformamo-nos em juiz, promotor e jurado… E, se permitissem, em carrasco!
Do ponto de vista legal, um julgamento deve apoiar-se nas conquistas da ética e do direito, concedendo ao réu a oportunidade de defesa, preservando-lhe os valores humanos e os direitos de cidadão. Cometeu um crime talvez, mas não perdeu a condição de ser humano, demandando misericórdia e dignidade de nossa parte, pois, se assim não fosse, igualar-nos-íamos a ele.
Diante dos fatos do cotidiano, muitas vezes veiculados pela mídia com sensacionalismo, a análise do erro é necessária, não devendo converter-se, porém, em condenação que exige castigo, e sim compaixão, solidariedade e autoexame de nossas fragilidades.
Em semelhante situação, como nos comportaríamos?
“Não julgueis, a fim de que não sejais julgados; porque vós sereis julgados segundo houverdes julgado os outros…” (Mateus, cap. VII, v. 1)
Com certeza, o divino terapeuta jamais julgou a criatura ou os atos em si, mas as verdadeiras intenções por detrás deles, sem nenhum intento de castigar, e sim de proporcionar novas chances de reajuste e amadurecimento da criatura.
Ao contrário, nós ainda persistimos em catalogar os protagonistas das histórias como bandidos ou mocinhos, desconhecendo a precariedade de nossos julgamentos, pois,
“quando julgamos ou avaliamos, quase sempre o fazemos com nossos sentidos estreitos e visão diminuta, sem conhecer toda a extensão dos fatos, uma vez que nos faltam elementos satisfatórios para discernir tudo aquilo que é real e eterno nas coisas impermanentes – o que desabrocha e fenece num período curto de tempo. Portanto, quase sempre erramos, quando julgamos ou sentenciamos algo ou alguém.” (Hammed).
BIBLIOGRAFIA:
Conflitos Existenciais, Divaldo Pereira Franco/Espírito Joanna de Ângelis, Alvorada Editora.
Jesus e o Evangelho à luz da psicologia profunda, Divaldo Pereira Franco/Espírito Joanna de Ângelis, Editora Alvorada.
O Evangelho segundo o Espiritismo, Allan Kardec, IDE.
Qualidade na Prática Mediúnica, Projeto Manoel Philomeno de Miranda, Alvorada Editora.
Um Modo de Entender, uma nova forma de viver, Francisco do Espírito Santo Neto/ Espírito Hammed, Editora Boa Nova.